Cultura Egípcia

Impressões sobre a cultura egípcia

Cultura Egípcia

Um país tão distante geográfica e culturalmente de nós, choca, surpreende e ainda assim encanta. O ato de viajar, afinal, é mesmo um grande aprendizado, uma escola com métodos bem eficazes de ensino. E no Egito, o conhecimento adquirido é ainda mais completo, por ser um país com uma história riquíssima, e com uma cultura e religião bem distintas para nós, brasileiros.
E isso para mim, é uma motivação ainda maior para conhecer determinados destinos. Quanto mais diferente do meu entorno habitual, melhor. Por essa razão gostei muito do Egito, apesar de todos os seus problemas. Visitei somente o Cairo e Alexandria, mas já pude notar algumas características da cultura egípcia, as quais compartilho aqui.

Religião

A primeira grande diferença percebida está na religião. O islamismo é seguido pela grande maioria da população, o que obviamente reflete nos hábitos e costumes dos moradores. Um grande exemplo é o das vestimentas. As mulheres muçulmanas só podem deixar à mostra, as mãos, os pés e o rosto. Elas também não devem usar tecidos transparentes, pois suas roupas devem ser bem recatadas. Ressalto, porém, que as polêmicas burqas (aquelas roupas que só deixam os olhinhos aparecendo) não são obrigatórias pela religião. Segundo o nosso guia Sabry Farouk, muitas mulheres usam o modelo por preferência de seus maridos ciumentos.

Outro costume influenciado pelos mandamentos da religião está dentro das próprias mesquitas. Em algumas delas, a exemplo Abu-Al-Abbas-Al-Mursi, situada em Alexandria, as mulheres tem uma entrada específica e só podem ficar em um cantinho longe dos homens. Além disso, para entrar nos templos, em geral, sendo muçulmana ou não, é necessário cobrir os cabelos e os ombros.

Culinária

Sinceramente gostei bastante da comida egípcia. Evitei muito, em alguns momentos por uma questão de higiene local, o que me levou a comer bastante no Pizza Hut. Mas, também tive a oportunidade de fazer refeições típicas com direito a pasta de grão de bico (eles adoram grãos, destaque também para a lentilha), legumes em conserva e o famoso pão árabe feito na hora. Delícia! Os Kebabs também são muito populares por lá. Bem, as batatas fritas e a Coca-Cola estão de intrusas nessa história, mas também estavam bem gostosas.

Sociedade

Aqui no Brasil, raramente um homem anda de mãos dadas com outro na rua. Mesmo quando são homossexuais. Caso bem diferente do que ocorre no Egito. É super comum avistarmos homens de mãos dadas ou abraçados sem nenhuma conotação sexual. É um costume por lá. Não há nenhum problema nisso pra eles.

Por outro lado, as mulheres pouco passeiam pelas ruas, muito menos sozinhas. Elas sempre andam acompanhadas e não costumam ficar “de bobeira” em locais públicos.

Trânsito

Salve-se quem puder. Achei uma grande loucura, e olha que o trânsito por aqui não é assim tão organizado. A maioria dos carros que eu via estavam batidos e os egípcios pouco respeitam as normas de trânsito. Atravessar a rua então, é só para os corajosos.

Higiene

Fiquei bastante chocada com a quantidade de lixo nas ruas e no grande rio Nilo. Muita sujeira para todos os lados, principalmente no Cairo. Também me impressionei com os açougues que mantinham os animais mortos pendurados com o sangue escorrendo muito no chão, cheio de moscas em volta. O cheiro também não era nada agradável. Aliando tudo isso a uma região desértica, que é naturalmente muito empoeirada, a situação não era nada boa.

Hospitalidade

Em geral, gostei muito dos egípcios. Eles são bastante hospitaleiros e simpáticos. Só que como a maioria dos lugares turísticos pobres, os vendedores são bastante insistentes tornando-se muito chatos. Querem te empurrar a todo custo os souvenirs, pashminas, passeios à camelo, e por aí vai. A tática que o recepcionista do hotel que fiquei me aconselhou a usar foi dizer La shukran, não obrigado, em árabe. Assim, eles ficavam na dúvida se você era turista. Não sei se eles tiveram dúvida, mas o fato é que diminuiu bastante o assédio.

Poligamia

Como estávamos minha mãe, meu marido, minha prima e eu nessa viagem, muitos homens perguntaram para o Wellington se nós éramos suas esposas. Ele foi, sem dúvida, muito invejado, pois nem todos tem dinheiro para sustentar três mulheres, rsrsrs.

Feriado na praia

Como se trata de um país de maioria muçulmana, é claro que na praia a moda é a roupa de banho árabe, que esconde tudo. Eu, ingenuamente, depois de ter visto várias turistas de shortinhos nas pirâmides, achei que não haveria problema colocar um short para andar pela praia de Alexandria, já que fazia muito calor. Mas, para o meu desespero, eu virei o centro das atenções. Todos olhavam para mim, tiravam fotos, queriam chegar perto. Nossa, foi um horror e, ao mesmo tempo, bem engraçado.

Poderia ficar escrevendo muito mais sobre essas curiosidades culturais do Egito, mas acho que essas foram as mais intensas pra mim. Como impressão geral, acho que o Egito é um país maravilhoso, rico em cultura, história, atrativos turísticos, mas também com muitas mazelas, machismo e pobreza.